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Um estudo publicado na edição de segunda-feira (3) da revista científica Nature mostra como um aparelho simples de GPS ajudou paleontólogos a entender melhor como um organismo extinto há 540 milhões de anos se reproduzia.
O Fractofusus é um dos organismos multicelulares mais antigos já descobertos pela ciência. Seu corpo em forma de folha, porém, é diferente de qualquer animal, planta ou fungo existente atualmente.
Seus fósseis não apresentam sinais de boca, intestinos, órgãos reprodutores ou qualquer forma de membro locomotor. Eles também aparecem em vários tamanhos diferentes e geralmente são encontrados em grupos, o que complica ainda mais a vida dos cientistas interessados em pesquisá-los.
Uma equipe de geólogos da Universidade de Cambridge decidiu usar técnicas de estatística e GPS para mapear as posições exatas de fósseis individuais em uma comunidade de Fractofusus, provavelmente morta por cinzas de um vulcão. O estudo descobriu que os fósseis não estavam dispostos aletoriamente, como se imaginava até agora.
Pelo contrário: foi possível perceber uma espécie de regra de grandeza na disposição dos fósseis. Os cientistas perceberam que os menores Fractofusus estavam em volta dos médios, e os médios em volta dos maiores. Apenas os Fractofusus maiores estavam dispostos aleatoriamente.
O padrão sugere que os Fractofusus possuíam duas formas diferentes de se reproduzir: cada indivíduo criava uma espécie de caule para gerar clones (semelhante ao crescimento dos morangos) ou lançava esporos no ar, que boiavam no oceano e cresciam em outros lugares.
Muitos dados sobre os Fractofusus continuam sendo um mistério para ciência, como a forma que eles se alimentavam ou como fugiam dos seus predadores. Mas graças a uma tecnologia presente em qualquer smartphone, agora já é possível saber como uma das primeiras comunidades do oceano se reproduzia.
Fonte: Nature